A História Oficial

Um dia, descobri que estava na Wikipedia. Não era um texto grande, mas correspondia aos fatos, mais ou menos. Não sei quem o pos lá, mas imagino que tenha sido um dos estudantes aos quais dou entrevistas sobre meu trabalho. Fiz algumas correções básicas, ampliei um pouco. Agora, trouxe-o para cá; esta é, até aqui, a versão oficial e autorizada da coisa. Serve dois propósitos: manter pingos em iis que tendem a perdê-los, e servir de CV para quem volta e meia me pede tão incompleto registro de uma existência. 

Cora Rónai começou sua carreira no jornalismo em Brasília. Trabalhou no Jornal de Brasília, no Correio Braziliense e nas sucursais da Folha de S. Paulo e do Jornal do Brasil. Em 1980 voltou para o Rio de Janeiro. Em 1982 deixou o Jornal do Brasil, ao qual retornaria alguns anos depois, para dedicar-se à literatura e ao teatro infantis. Nessas áreas, recebeu prêmios da ANLIJ e o Prêmio Mambembe.

Pioneira do jornalismo de tecnologia, lançou em 1987, no Jornal do Brasil, a primeira coluna sobre computação da grande imprensa brasileira. Usuária de computador pessoal desde 1986, usava, já então, o estilo de escrita coloquial que caracteriza o seu trabalho, seja na área cultural, seja na área tecnológica.

Foi a primeira jornalista brasileira a criar um blog, o internETC., ativo desde 2001, e primeira a dedicar-se à fotografia digital como ferramenta de comunicação. Nos primórdios do Fotolog, a página que ilustrava com fotos do Rio de Janeiro e de suas viagens chegou a ser a mais visitada do mundo.

Em maio de 2006, consolidou seu trabalho como pioneira também no uso dos celulares com câmera lançando o livro Fala Foto, seleção de imagens realizadas ao longo de cinco anos com mais de uma dezena de diferentes aparelhos. “Fala Foto”, finalista do Prêmio Jabuti, foi o primeiro livro de fotos de celulares do mundo. Parte das fotos do livro foi exibida numa individual na Mercedes Viegas Arte Contemporânea, importante galeria carioca, outro feito inédito para instantâneos colhidos por celulares, sem pretensões artísticas.

No jornal O Globo, onde trabalha desde 1991, criou o caderno de tecnologia “Info etc.”, que editou até 2008. Atualmente, além de colunista de Tecnologia, é também cronista do Segundo Caderno.

Recebeu o Prêmio Comunique-se de Melhor Jornalista de Informática em 2004, 2006 e 2008.

É conhecida também pela defesa incondicional do Rio de Janeiro, dos animais e do meio-ambiente.

Filha do tradutor Paulo Rónai e da arquiteta e professora Nora Tausz Rónai, mantém uma longa relação com o  jornalista Millôr Fernandes. É mãe do empresário Paulo José e da jornalista Beatriz.