Brasil, educação zero

Há algumas semanas voltou a circular pela internet um ranking de aprendizado mundial divulgado no final do ano passado pela Pearson, empresa inglesa dedicada à educação. Ele reflete dados colhidos entre 2006 e 2010 em 39 países e uma região (Hong Kong) e não chega a surpreender quem se interessa pelo assunto. O primeiro lugar é ocupado pela Finlândia, seguida por Coréia do Sul, Hong Kong, Japão e Singapura. O Brasil só não ficou em último lugar porque, espantosamente, a Indonésia conseguiu se sair ainda pior.

O ranking é baseado em dois indicadores, um que verifica a habilidade cognitiva dos alunos através de uma série de testes de leitura, matemática e ciência, e outro que aponta o nível da sua formação através das notas de graduação e cultura geral.

Entrevistado pela BBC, Sir Michael Barber, diretor do conselho educacional da Pearson, disse que os países mais bem colocados têm, em comum, uma “cultura da educação”: entre outras coisas, seus professores são respeitados e gozam de alto status social.

Aí está o X da questão. Educação não se compra pronta ali na esquina, nem se faz unicamente com escolas e professores; educação se faz com determinação social, e com a percepção generalizada de que levar os estudos a sério é fundamental para o desenvolvimento do país e de seus habitantes. Prova disso é que os Estados Unidos, com todo o seu poderio econômico, amargaram um medíocre 14º lugar no ranking.

“À primeira vista, dinheiro e educação parecem criar um círculo virtuoso, no qual países — e indivíduos — ricos compram boa educação para as suas crianças, que, por sua vez, se beneficiam economicamente” — diz o prefácio do estudo. — “Um olhar mais atento, porém, revela que tanto os maiores índices de renda quanto os melhores resultados nos testes de conhecimento são resultado de estratégias adotadas muitas anos antes, independentemente dos níveis de renda então existentes.”

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O Brasil, longe de ter uma “cultura da educação”, tem uma “cultura da ignorância”, que as nossas crianças aprendem desde cedo. Melhor do que ser bom aluno é ser esperto, é colar sem que o professor veja, é comprar as respostas das provas para ter, não um conjunto de conhecimentos importante, mas um diploma. Que, aliás, e não por acaso, vale cada vez menos.

Longe de gozar alto status social, como nos países verdadeiramente desenvolvidos, nossos professores são humilhados e desprezados pelos governantes. São agredidos pelos alunos em sala de aula com frequencia alarmante e, muitas vezes, os pais dos agressores ainda se sentem no direito de tomar satisfações na diretoria.

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A educação brasileira, que nunca foi lá aquelas maravilhas, começou a ser desmontada durante a ditadura e, de lá para cá, veio ladeira abaixo como um trator sem freio. Não consigo imaginar outro país em que um presidente tenha dito, como disse Lula, que ler livro é como andar na esteira.

Os sinais da decadência do ensino — que é, no fundo, a decadência do apreço pela cultura e pela educação — podem ser vistos em toda a parte, dos cardápios mal redigidos dos restaurantes às placas das rodovias federais, onde as crases não são usadas por necessidade, mas por capricho.

No rádio e na televisão praticamente não há entrevistado, de qualquer profissão ou instância de poder, que consiga formar uma frase correta, sem erros de regência ou de concordância. Quando as entrevistas são feitas com políticos ou com “autoridades”, então, a coisa desanda de vez.

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Minha irmã é professora na pós-graduação em música da Unirio. Na semana passada, me mostrou algumas provas que corrigiu. Os alunos — candidatos a mestrado e doutorado — tinham que traduzir um pequeno trecho do inglês para o português. Era um trecho simples, sem maiores mistérios, sobre o papel do regente na orquestra. Em muitas das provas, a palavra “wand”, batuta, foi traduzida por varinha de condão, sua primeira acepção no dicionário. Como é que um estudante formado em música num curso superior pode chegar a essa conclusão?! Será que não desconfia de que algo está errado numa tradução que põe nas mãos do regente uma varinha de condão no lugar de uma batuta? E não, o trecho a ser traduzido não se passava em Hogwarths!

Nem vou falar nas frases ininteligíveis, nos erros crassos de português ou na indigência geral do vocabulário, absolutamente deprimentes para quem ainda tem alguma esperança nesse país.

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O primeiro passo para a criação de uma “cultura da educação” é valorizar os professores, conferindo-lhes a devida importância no tecido social. Isso significa remunerá-los dignamente, dar-lhes reconhecimento e boas condições de trabalho. Isso é essencial para que o aluno possa olhar para o professor com admiração e respeito, e para que passe a considerar o magistério uma profissão nobre, digna de ser exercida. Valorizar os professores significa também ouvi-los quando dizem que não têm mais como continuar trabalhando com os salários ridículos que recebem.

Um país que trata os seus professores a cacetadas, balas de borracha e spray de pimenta é um país que despreza o seu futuro. A Indonésia que nos aguarde: no próximo ranking da Pearson, ninguém tasca o nosso último lugar.
(O Globo, Segundo Caderno, 3.10.2013)

33 respostas em “Brasil, educação zero

  1. Oi, Cora!
    Citei um contundente post sobre educação da “Beth Lilás” no meu blog, e por extensão, citei este seu belo texto.
    Qualquer objeção, me avise, por favor.

    Um abraço.

  2. Imagino que parte significativa dos que aqui oferecem suas opiniões devem
    se lembrar do comercial (propaganda criativa) que nos provocava: “o biscoito vende mais por que está sempre fresquinho, ou está sempre fresquinho por que vende mais?” Usando como referência a programação exibida nas emissoras de TV brasileiras, hoje a pergunta seria: estas emissoras, concessões do nosso governo, apresentam programação “de quinta” para o povo… OU O POVO SÓ BUSCA A TV SE ELA OFERECER LIXO?” Fui professora, e para mim nada mais sintomático: se os “apadrinhados” que EXPLORAM os canais televisivos ficam trilhardários vendendo os segundos de comerciais na telinha a preço de ouro, é porque existe “quem” consuma aquilo tudo, quem compre a TRALHA que oferecem …para que empreender pesquisas sofisticadas para concluir o óbvio?! Este é o povo brasileiro, ou o que se fez dele . . . abestados!

  3. Tive um “tutor” no curso de especializaçāo em Saúde da Família e Comunidade, na UFSC, que era doutorando em Saúde Pública e ao avaliar um trabalho meu escreveu o seguinte: “então Tânia, muitos ‘impercalsos’ nesta fase?” O sujeito estava fazendo pós-graduaçāo e não sabia escrever – percalço – ??? E, pior, estava orientando outros alunos! É de chorar lágrimas de sangue sentada na sarjeta.

    • Como eu sempre digo para os meus orientados, doutorando não significa que você virará doutor um dia, simplesmente que você está matriculado em um curso de doutorado. Espero que este doutorando não tenha se tornado doutor ! ( risos )

  4. Gostaria de poder discordar de alguma coisa que você escreveu, mas infelizmente para nós, o seu texto expressa totalmente a realidade da educação no Brasil: vai de mal a pior. Enquanto isso, outros países fazem o “dever de casa” e investem em educação, preparando suas crianças para a vida. E nós, bom nós continuamos o país do futuro, que está cada vez mais longe. Parabéns aos últimos governantes que conseguiram atingir seu objetivo: quanto mais ignorante o povo, mais fácil de ser manipulado. Acham que o Bolsa Miséria e o Vale Coxinha está muito bom e que o Governo é maravilhoso. É o Brasil ladeira abaixo…

  5. meu avô sustentava uma ‘família extendida’ apenas com seu salário de prestigiado PROFESSOR do Colégio [público] Pedro II. Outros tempos

    Hoje, vendemos isso ao mundo e não precisa mais nada: nem de Educação, nem Serviços, nem Infra-Estrutura, nem de coisa nenhuma

    No ranking citado, como não há indícios do México cair, periga a Indonésia subir e ocuparemos o merecido último lugar em Educação

    • Tenho uma amiga cujos pais, velhinhos, moram em uma cobertura em um pequeno prédio no jardim botanico. Lindo apartamento, enorme, que compraram com as suas economias de professores primários. Isso há muito tempo, é claro !

  6. Provavelmente você Cora dona do blog e os leitores já perceberam que basta entrar em um assunto qualquer que envolva governo que chovem comentários. Tudo gira em torno do não feito, do mal feito, da ineficiência, da injustiça, da corrupção. Sinto e volto a falar neste espaço que acho que chegamos em um ponto de não-retorno. Talvez se tivéssemos o tamanho de uma Colômbia ou Alemanha fosse possível porque a explosão demográfica desde os anos 70 complicou tudo. É muita gente, muitas necessidades e políticos que só fazem ruído. Não dá para fiscalizar, implementar, gerir, ordenar. Infelizmente não tenho esperanças. Vejo um país que um dia entrará em colapso.

  7. Meu filhote do meio é professor e cientista, minha nora é professora, eu fui normalista, minha mãe professora, um dos meus tios dizia que ser professor era o titulo de maior orgulho dele, um “tatarataratio” ou algo assim, professor e cientista, orgulhoso de ser professor também, pouco antes de morrer, já com setenta anos, me salvou a vida, mandando dar ao bebê agua de arroz cozido em vez de leite de vaca, sou intolerante ao leite.
    Ao leite e à falta de educação,a ignorância, meus ouvidos andam cansados de ouvir pais reclamando que a escola é muito puxada, daí vão tirar o aluno, que se nasceu bonita nem precisa estudar, descola um rico e emprenha (porque engravidar é um ato de amor e de dois), para que comprar tantos livros de estudo, você vai escolher alemão em vez de inglês porquê, é mais difícil, boba; não tem filme desse livro não? E outras frases que doem…
    Quando filhote morava aqui lia umas pérolas de seus alunos, mestrandos, um horror, um horror tudo, um mundo onde se ensinam as criancinhas a dançar com a bunda para cima, e riem e acham graça, no sentido de graciosidade, onde se lê as-sim, de-va-gar e sem-pre, e alto e mexendo os lábios, vejo muito isso, eu ando pelas ruas daqui do bairro reparando em tudo, uma tristeza só…
    Vamos ganhar um equivalente ao Premio Darwin da educação, vão criar uma categoria especial só para nós, aí ficamos bem na fita e ainda vão propagandear isso, ô sina!!!!

  8. Coordeno diversos cursos de MBA, pura pós-graduação, e os alunos estão péssimos ! Parece que não aprenderam nada nos anos anteriores !
    Excelente artigo, por sinal, como sempre !

  9. Cora: como é bom ler seus artigos, sempre tão bem redigidos e oportunos !!
    Eu sempre estudei em instituições públicas, desde o antigo “primário” até a universidade e o mestrado (UERJ / UFRJ) e graças a isto tive sólida formação e pude construir amizades que preservo até hoje. Guardo recordações especialmente felizes dos anos de “ ginasial” passados no Colégio Pedro II e do curso técnico da Escola Técnica Federal Celso Suckow da Fonseca (ETFCSF). Sou grata não apenas pela excelência do ensino que me foi oferecido, mas também pela oportunidade de conviver com colegas das mais diferentes origens e classes sociais, todos nivelados pelo mérito próprio e com o mesmo direito à educação de qualidade . Não eram necessárias cotas ou outros artifícios “pirotécnicos” para assegurar o acesso ao bom ensino e, ao contrário de hoje, as famílias demonstravam enorme satisfação em dizer que seus filhos estudavam em escolas da rede pública.
    Sou filha de professores que iniciaram seu ofício na época em que o professor gozava de elevado prestígio e era tido, por alunos e pela sociedade em geral, como um MESTRE, aquele em quem nos espelhávamos e que era capaz de nos transmitir ensinamentos que muitas vezes extrapolavam o currículo das disciplinas convencionais. Meus pais lecionaram até se aposentar, após muitos e muitos anos de dedicação ao magistério. Minha mãe, hoje com 89 anos, concluiu seu curso Normal no tradicionalíssimo Instituto de Educação e iniciou carreira em escolas públicas localizadas em áreas de difícil acesso que, naqueles tempos, eram a zona rural do Rio, como Jacarepaguá, por exemplo. Ela lecionou décadas a fio na rede primária municipal, sempre cuidando de orientar o aprendizado de seus pupilos e dedicando-se com especial carinho às classes de alfabetização. Papai, falecido em 2008 aos 81 anos, foi professor secundário, ministrou aulas em renomados colégios públicos e particulares do Rio de Janeiro e, assim como mamãe, empenhava-se ao máximo no exercício de sua profissão, seja em sala de aula ou em casa, onde muitas horas eram dedicadas à confecção e correção de provas e trabalhos. Minha admiração pelos exemplos de mestres que recebi de meus pais não me deixa dúvidas em afirmar que professores bem qualificados e motivados influenciam decisivamente na construção de um país melhor, com cidadãos mais embasados e conscientes de suas escolhas, direitos e deveres. Lamentavelmente, no atual cenário brasileiro, parece impossível reverter o rumo que leva a educação ao descrédito total.

  10. um país que elege um lula duas vezes e uma dilma, pelo jeito também duas vezes, está condenado a essa posição para sempre. ou não, pode ser que a indonésia melhore.
    []’s

  11. Cora, muito bom seu comentário! Apenas não concordo quando situa a decadência da educação iniciando no período denominado de ditadura. Minha formação foi nesta época e ainda lecionei no tempo que aluno só era aprovado com conhecimento.
    A decadência da Educação começou com autores, teóricos da educação, liberando a mesma do saber, do estudar, do conhecimento, tornando a mesma livre. Os alunos acabaram ficando sem restrições, sem limites, pois, caso contrário estaríamos abafando sua capacidade criativa…Resultou o que temos hoje.
    Agora nas escolas, parece que tudo que o professor faz, que tem anos de experiência e formação, nada vale mais, pois se dá conteúdo está massacrando os alunos com o que consideram desnecessário, se faz o aluno escrever, pensar, decidir, eles não saem do lugar e os pais ainda acham que o professor é o culpado. Não podemos cobrar mais nada, deixa o aluno livre que assim ele estará construindo seu conhecimento, só que desta maneira ainda não descobri como… Devemos perguntar aos teóricos da educação, esses que nunca meteram um pé em uma sala de aula, mas estão cheios de frases e propostas maravilhosas, que na prática são dispensáveis e absurdas para o contexto que estamos. E que os governos ainda nos empurram goela abaixo como os tais PACTOS da educação.
    Nossa, tenho tanta coisa para falar sobre o que passamos na sala de aula, mas só escrevi mesmo para deixar meu ponto de vista que é muito parecido com o teu, com exceção do que já salientei anteriormente.

    http://www.rubiane.com.br
    Professora no Rio Grande do Sul

  12. Cora, sua crônica está perfeita. É a nossa triste realidade com a educação afundando cada vez mais. Estudei em excelentes escolas públicas onde tive o seu pai como professor. Acho que atualmente nem as escolas particulares caras tem um ensino tão bom como tinham as escolas públicas antes dos anos “70”.
    Ano passado o meu filho “tentou” voltar a morar no Brasil, mas desistiu quando ele comparou as escolas (particulares) daqui até com as escolas públicas de onde ele morava. Apesar de estar em 14.lugar, está muitíssimo melhor que aqui… e lá foi ele de volta com toda a sua família para bem longe daqui…
    Que me desculpe a Leda, mas eu fiz o ginásio e comecei o “científico” antes da ditadura militar e nesta ocasião o ensino era melhor, muito melhor. Durante a ditadura eu já fui para a faculdade. Em 1974 eu comecei a dar aulas em escolas públicas aqui no Rio e vi o ensino despencar ladeira abaixo como um trator sem freio numa ladeira…

  13. Muito bom o artigo, mas discordo que a educação começou a ser “desmontada na ditadura”. Isto não é verdade. Se o termo “ditadura” refere-se ao governo militar, já não é muito justo, pois lembro-me muito bem que tínhamos muito mais liberdade, segurança e oportunidades de estudo e trabalho do que hoje. Estudei em escolas públicas em SP. Começou a decair APÓS o governo militar – qdo. a cafajestada civil, dentre eles muitos comunistas, tomaram o poder.

    Não tenho militares na família – não tenho nada a ver c/ eles – mas justiça seja feita: no tempo dos militares as escolas públicas eram uma beleza! Lembro muito bem! Qdo. voltávamos das férias, início do ano letivo, as escolas estavam pintadas, assim como as lousas, tudo bem arrumado, carteiras consertadas, tudo limpinho. Cantávamos o Hino Nacional antes de subir p/ a classe. Tínhamos aulas de Música e de Artes (Desenho, Pintura, Artesanato) como obrigatórias no 1o. Grau. E também Educação Física. Às vezes programavam excursões a fábricas, museus, zoológico, etc. O ensino era bom – tanto é que entrei de cara, no 1o. vestibular que fiz, numa faculdade de Direito pública sem cursinho preparatório. Aprendi bem Inglês, c/ a matéria que tive na 7a. e 8a. série ao 1o. grau e no Colegial. Aí de alunos que desrespeitassem os professores ou maltratassem colegas. Eram chamados na diretoria, também os pais, levavam suspensão e até expulsão. Conforme o caso, vinham à escola supervisores da Secretaria da Educação!!
    Não adotavam livros comunistas como o “MEC” faz hoje, que contam a História toda torcida, p/ essa molecada boboca de hoje, que não tem discernimento e engolem todas as idiotices que jogam p/ cima deles. E eles saem por aí, falando “um monte” de asneiras!

    A educação deste país é um lixo – mas dizer que os militares é que começaram isso não procede é uma grande injustiça – pelo contrário, eles sempre prezaram a Educação e Cultura e eu presenciei isso e fui muito beneficiada.

    • Concordo com voce, Leda. Tive uma excelente educação pública, desde a 1ª. série do primário até a faculdade. Só passava de ano, quem realmente tinha condições. O ensino público está desta maneira, depois que inventaram a aprovação automática, onde o professor é obrigado a aprovar toda a turma, mesmo sem condições, assim os alunos fazem o que querem, pois sabem que não poderão se reprovados. E coitado do professor que reprovar um aluno, será transferido para uma escola bem distante. Triste realidade, é lamentável. Mas esta é a intenção do governo, formar uma população que não questione e baixe a cabeça.

      • Olá, Monica. Boa noite. Antes os professores tinham a missão de ensinar, ajudar o aluno a desenvolver o raciocínio – eles eram formados p/ isso e livres p/ exercê-lo. Agora, sem que muitos deles percebam, tornaram-se meros instrumentos do sistema (do qual o MEC faz parte), ou seja, são doutrinadores, que recebem salários vergonhosos, desrespeitados, que correm até risco de vida, que estão acreditando e passando conteúdo de livros espúrios, p/ “formar uma população que não questione e baixe a cabeça” – como você percebeu. Agora, o importante não é que o professor ensine, nem que o aluno aprenda, mas que um passe e o outro receba “a doutrina”, por isso não há necessidade de reprovação – qto. mais burro e ignorante a população, mais subserviente! A maioria dos jovens acha que “está tudo ótimo” e que o país vai de vento em popa! É o país que vive “da propaganda enganosa”. Não temos um governo e sim uma “gang” no poder, que se utiliza do povo p/ bancá-la regiamente. E essa “gang” não vai sair enqto. não acabarem c/ voto obrigatório e urnas eletrônicas, que nenhum país desenvolvido e sério aceita – as fraudes em urnas eletrônicas estão explicadas no Youtube.

  14. Num país onde o professor não é respeitado, valorizado e remunerado dignamente, viverão zumbis, à mercê da caixinha mágica de sugestões, dizendo-os o que comer, como se comportar e em quem votar!!!

  15. “Antes sonhar sonhos impossíveis do que simplesmente não sonhar…” Linda frase do texto do Manoel Carlos, na Vejinha . Tudo a ver com quem é professor, AMA a sua profissão, seus alunos e tem esperança de tudo melhorar. Linda a crônica do Maneco ; linda também a sua ,Cora .

  16. família educa, escola ensina, governo só faz m…

    quando família não educa, escola não ensina e governo faz mais m…

    *****

    (aqui um espaço vazio e um sentimento desconfortável que vêm de meu tempo de professor.)

    *****

    “educação se faz com determinação social” – perfeito e, por isso mesmo, em nosso caso, terrível.

  17. Cora, como profissional de Educação gostaria de parabenizá-la pela crônica, além de pontualíssima, que foi ao cerne no tema.
    Depois de 20 anos lecionando em Classes de Alfabetização, encerrei minhas atividades por não aguentar mais. Não aguentava um salário indigno e jocoso; não aguentava os responsáveis “cobrando” bobagens que não somavam nada a seus filhos e não aguentava mais a pressão do colégio por entupir, à vera, uma sala de aula para compensar, segundo o mesmo, deficit orçamentário causado por nossos ridículos salários.

    Para quem é profissional de Educação é de cortar a alma em pedacinhos assistir o que assistimos com a Educação brasileira. Fico pensando em Mestres como Paulo Freire diante de tudo isso. De chorar…

  18. Que profissão é mais importante que a de professor? O que pode ser mais fundamental em uma sociedade do que a educação, a formação das pessoas, do que aqueles que as ajudam a ingressar na cidadania, nos direitos humanos, no amplíssimo universo do saber? Maria Clara Lucchetti Bingemer,
    ++++
    Cora, parabéns!

  19. Realmente, é desalentador! Nosso Brasil é composto em sua total maioria
    por analfabetos ou “quase”. O que hoje está acontecendo om os professores
    é de chorar, apagar a luz e se mandar…

Diga lá!